top of page
Buscar

Uniformes Adaptados

  • Foto do escritor: Heloisa Rocha
    Heloisa Rocha
  • 5 de mai.
  • 3 min de leitura

Trajes corporativos transformados em ferramentas de inclusão.


Quando estava grávida, a analista de assuntos regulatórios Mônica Mota encontrou dificuldade em achar peças adequadas ao seu dia a dia no trabalho, ou seja, que tivessem um caimento mais social e que fossem confeccionadas em tecidos planos. Em razão desta necessidade pessoal, ela percebeu que o problema ia além desta lacuna presente em seu guarda-roupa, pois, na realidade, se tratava de uma forma silenciosa em que, em linhas gerais, afastava a gestante do ambiente corporativo.


A partir dessa percepção, Mônica Mota lançou, em 2014, a Chic Mom, linha de roupas funcionais e elegantes para gestantes que desejam permanecer ativas e confiantes no ambiente corporativo. Em 2020, no entanto, a empresária ampliou o seu olhar depois de participar de um desfile na Osasco Fashion Week, evento voltado para moda inclusiva e corpos reais.


A fundadora da linha Chic Mom conta que, após o evento, entendeu que o problema da falta de roupas adequadas para o ambiente corporativo não era exclusivo das gestantes. Assim, ela aproveitou todo o conhecimento de moda que havia adquirido para lançar o Chic Work, linha pensada para atender diferentes tipos de corpos, incluindo aqueles com deficiência.


Por se tratar de um público diverso, Mônica Mota se aproximou de especialistas em acessibilidade, participou de cursos e rodas de conversa e, claro, ouviu consumidores com deficiência para entender suas necessidades reais. Só depois disso é que ela passou a desenvolver peças que respeitassem as especificidades do usuário e oferecessem autonomia, conforto e representatividade no ambiente de trabalho.


Localizada no canto direito da imagem, Mônica Mota está agachada e ao lado da modelo Letícia, que está sentada em uma cadeira de rodas. Usando relógio, calça e sapatos pretos e uma camisa de manga comprida nas cores vinho e branco, Mônica sorri mostrando os dentes e está com uma de suas mãos apoiadas em sua perna. Ela é uma mulher magra, de pele branca e com os cabelos lisos, longos e escuros. Letícia sorri mostrando os dentes e veste um uniforme adaptado de cor cinza e com faixas sinalizadoras nas cores branca e laranja, que estão localizadas no busto, nos braços e nas pernas. Ela é uma mulher parda e de cabelos cacheados na altura do queixo. O fundo da foto parece ser um ambiente corporativo, composto por piso de mármore cinza e parede de vidro com bordas marrom.
Mônica Mota elaborou um uniforme adaptado para a AES Eletropaulo, que está sendo vestido pela modelo Letícia. (Arquivo Pessoal)

Desse modo, as peças desenvolvidas por Mônica Mota contam as seguintes funcionalidades: aberturas estratégicas com velcro ou zíper que facilitam o ato de vestir de quem tem mobilidade reduzida e modelagens sem costuras ou etiquetas internas para evitar o desconforto sensorial. Além disso, ajustes em diferentes pontos da roupa são feitos para atender aqueles que usam próteses ou órteses e, finalmente, modelagens adaptadas de calças e blazers para quem utiliza cadeira de rodas, respeitando o caimento e o conforto em posição sentada. Vale destacar que, ademais de todos esses recursos, os profissionais com deficiência visual podem optar por modelos em braille.


Quando falamos, entretanto, em acessibilidade no mercado de trabalho, as pessoas pensam em Lei de Cotas ou na construção de rampas, elevadores e banheiros acessíveis. Por esta razão, Mônica Mota admite que o tema uniforme adaptado ainda é pouco discutido nas empresas, principalmente porque, segundo ela, a inclusão é vista apenas sob a ótica das necessidades mais visíveis, citadas anteriormente. E, mesmo tendo ciência da importância de tais recursos arquitetônicos, a empresária defende que, por ser uma parte fundamental da identidade e da apresentação do colaborador, o uniforme precisa ser inclusivo, especialmente em um ambiente corporativo onde todos devem se sentir igualmente respeitados e capazes de desempenhar suas funções.


Ao ser questionada se viu alguma mudança positiva desde que está à frente do Chic Mom, Mônica Mota conta que se trata de um caminho ainda longo, mas que, felizmente, o mundo corporativo tem se tornado mais consciente sobre a importância de criar uniformes que atendam todos os corpos. Ela explica que muitas empresas ainda não enxergam o uniforme como um item estratégico para a inclusão no ambiente de trabalho, embora o conforto e a funcionalidade sejam fundamentais para qualquer colaborador.


A empresária complementa dizendo que investir em uniformes adaptados vai muito além do simples fato de fornecer roupas, pois é um sinal claro de que a empresa se preocupa com seus colaboradores em todos os aspectos. Afinal, segundo ela, as corporações demonstram o compromisso com a diversidade e a inclusão quando se preocupam com o vestuário, especialmente por proporcionar um impacto positivo no desempenho e no bem-estar do funcionário e, consequentemente, em um ambiente mais saudável e produtivo


Sobre o futuro, Mônica Mota informa, com exclusividade ao blog Moda Em Rodas, que as marcas Chic Mom e Chic Work se integraram ao Chic Group e que contam com linhas de atendimento distintas. Em resumo, a Chic Mom continuará focada em uniformes para gestantes e, além disso, possuirá uma linha endomarketing voltada à maternidade. Já a Chic Work vai atender as demais linhas de vestuário, que será focada na inclusão e que, também, irá oferecer uma gama de peças convencionais e dentro dos padrões do mercado.


Vale destacar que, além dos perfis no Instagram, você pode entrar com contato com Mônica Mota através do LinkedIn, clique aqui.





Comments


Moda Em Rodas

  • alt.text.label.Instagram
  • alt.text.label.Facebook
  • X

©2023 por Moda Em Rodas. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page