Estudante de Design cria looks divertidos, confortáveis e que podem ser usados por diversos tipos de corpos.
Em 2021, a estudante de Design, Simone Marinho, conheceu os princípios do Desenho Universal - conceito que propõe a criação de espaços, serviços e produtos que possam ser usados por todos(as) e na sua máxima extensão possível - e se apaixonou. Desde então, ela se dedica a estudar (e aplicar) tal proposta de design em peças infantis, já que conhece algumas mães de crianças com deficiência.
Durante o curso realizado no Senac, Simone Marinho elaborou um projeto que unia os dois objetos de estudo, ou seja, a moda infantil com os princípios do Desenho Universal. Dessa iniciativa, dois looks elaborados pela estudante pernambucana foram selecionados na collab Moda Inclusiva & Casa de Criadores.
Diferentemente da proposta inicial, as criações de Simone Marinho atendem mulheres que se alimentam por meio de uma sonda de gastrostomia (GTT) e que, também, tenham mobilidade reduzida. Entretanto, a participante deixa claro que suas peças podem ser usadas por toda e qualquer pessoa, independente da deficiência que possua.
O primeiro look é composto por uma blusa com zíper destacável nos ombros e, na frente, um falso bolso que esconde uma abertura para a passagem da sonda e, também, uma calça com zíper nas laterais, facilitando o ato de vestir (ou despir) da peça. Além disso, o elástico da cintura é regulável e conta com detalhes em velcro para garantir a autonomia do indivíduo.
A segunda criação é o conjunto de uma blusa com um short. A parte de cima conta com abotoamento nas mangas e na parte da frente, facilitando tanto o ato de vestir quanto a passagem da sonda. Já a segunda peça possui cintura com elástico regulável e abotoamento entre as pernas, que contribui na troca da fralda e/ou na ida ao banheiro.
Simone Marinho explica que a estampa escolhida para os looks é divertida e vibrante. E, nos dois casos, ela diz que o tecido escolhido foi o tricoline e os aviamentos utilizados foram elástico regulável, zíper destacável, botões de pressão, argolas plásticas e velcro.
Depois da realização do desfile inclusivo na Casa de Criadores, a estudante de Design diz que espera que suas criações contribuam na construção de uma sociedade mais igualitária e que, também, através do seu trabalho, possa dar continuidade às suas pesquisas com o objetivo de mostrar que a moda e todos os corpos são políticos.
Me coloco como um "corpo deslocado" porque, aos 47 anos, sou universitária e tenho vitiligo e por isso, a sociedade me cobra de não pertencer a este espaço (moda) ou, já que faço questão, que me disfarce com maquiagem e tintura. [...] A sociedade é quem precisa mudar para nos acolher e não eu me adaptar.
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